para Carlos Emanuel Alves Calliga, com um piparote e um adeus
"Por los tenebrosos rincones de mi cérebro, acurrucados y desnudos, duermen los extravagantes hijos de mi fantasía"
G. A. Bécquer
LAMENTO
Chove em minh’alma
e no meu coração arqueja um náufrago,
as luzes baixam, pedem calma,
meu corpo busca um cadafalso.
Minguado bálsamo,
a dor que dói se estende como a palma,
ciosa mão carente de um amasso
ou cão de guarda a espantar fantasma.
A noite é seu negrume;
a faca, os seus dois gumes;
meu peito, a sua mó.
Em meio a um mar que come o seu cardume,
enxugo as gotas do ciúme
que tenta então tapar o sol.
De Caribó Literato,
corno, poeta e viado
gosto muito disso.
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