segunda-feira, 17 de outubro de 2011

XOXÓ VAI AO SALÃO E REVELA O QUE TODOS SABEM MAS NINGUÉM OUSA DIZER

'NESTA CIDADE TODO MUNDO É DE OXUM'         
            para Luiz Mott e Olavo de Carvalho: amigas fraternas de todas as horas

Só eu
que sou
a biba
poetisa!

O resto?
O resto
é tudo
enrustida.

Mayrete e
Carlete
são como
chiclete,

grudadas,
surradas,
caçando
pivetes;

disfarçam o
raibã,
mas fazem
boquete.

A Guga,
minha filha,
imita
a Ivete,

mostrando a
calcinha,
só vive
de frete;

se faz
de santa,
mas abre
o leque!

A Inácia,
coitada,
odeia a
Guguete

e assiste
de noite a
novela
das sete,

só fala
em cavalo
mas gosta é
de jegue.

Vivia
colada
na tal
Elizete,

bicha
mendiga,
adora
croquete!

Um dia a
Leílta
pintou
o sete,

chamaram
a Inácia
de puta
peguete,

babava
demais
os pobres
dos mestres.

Tem uma
que é velha
(um caco, a
caquete)

é a tal
da Espinha,
que é burra e
repete

o tempo
inteiro
o mesmo
claquete.

Antonia
de Feira
roçava a
Perrete,

marica
nervosa
com muito
topete.

Silvéria
maluca,
careca e
solerte

armou
um plano
de ser
a vedete

mais lida,
cozida,
comida,
um crepe,

porém,

não tinha
recheio
o doce
da Grete.

                      De Caribó Literato,
                      corno, poeta e viado