sábado, 3 de setembro de 2011

XOXÓ VISITA BAILE DA TERCEIRA IDADE E FLAGRA OLHARES CONDESCENDENTES ENTRE FLORISVALDO MATOS E SILVÉRIO DUQUE

Não envelheças (...), por mais que os anos te convidem a deixar a primavera; quando muito, aceita o estio.  
 Machado de Assis
                                        
                                      para Ruy Espinheira Filho e Aleilton Fonseca  

CALÇA DE TERGAL

Seu Florisvaldo resolveu ir à balada,
viver também é se entregar à putaria,
varar a noite e ver o sol cagar o dia,
comemorar senilidade avançada.

Ajuntou tralha ignota e amarelada
para compor a sua grata fantasia,
uma mortalha secular que sentencia   
a cafonice como o ocaso na alvorada.

Rodopiando feito um disco na vitrola,
seu boogie woogie entediante contagia
a juventude rapapé, calva e venal.

Flori feliz retira um lenço bem da moda
e enxuga a testa num sorriso de alegria -
Silvério amou sua nova calça de tergal.


                                                                De Caribó Literato,
                                                                corno, poeta e viado.  

(Florisvaldo Matos é autor de Poesia reunida e inéditos, livro publicado pela editora Escrituras) 

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