sexta-feira, 9 de setembro de 2011

AQUARELA DE CARIBÓ

Cegas à contraluz, as formas correm 
de encontro ao olho da visão
Bruno Tolentino

para Caius Marcellus 

PUROVISIBILISMO
O sol que estende o trigo no horizonte
é ovo esparramado na panela,
é mancha de mostarda na lapela,
é manga descascada e não se come;
mas breve o quanto é breve o que responde
a todos que lhe chamam para a festa,
desaparece o trigo, o ovo cresta
quando por um momento o sol se esconde.
E o verbo em seu favor tornou-se nome,
aguada com que Deus pintou a treva,
perícia de Antonello e borradela
das caras de Warhol morto de fome,
                              morto de medo de sair da sombra...
                              não vê o quanto enfim a luz se alonga.


                                                              De Caribó Literato, 
                                                              corno, poeta e viado

3 comentários:

  1. bonito, meu caro.

    absorto em cálculos por aqui.
    [parece que um outro problema espacial se resolve...]

    mas precisamos continuar aquela conversa.
    'stás intimado [e anch'io, è vero]

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  2. Ah! como eu queria comer teu cuzinho...

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