Quem é você,
Carlos Ribeiro,
pra figurar
entre os primeiros
em uma lista
de literatos?
Se a lista fosse
de analfabetos,
de almofadinhas,
de paga-paus...
Quem é que escreve
nesse jornal
pra comparar
mestre Gregório
com um lambe-bota,
um Zé Lelé,
um monoglota
que posa alegre
na Academia,
e não tem obra,
só alguns livros
pra iludir
os bobalhões
da autarquia?
A coisa tá
muito pior
nesta cidade.
Perdeu-se o rumo,
a distinção
e a honestidade.
Só tem larápio,
aventureiro
e mentiroso.
Uma corja burra,
tão pueril
que até dá nojo.
E bem parece
que assim fazendo
vão conseguir
uma editora
pra publicar
os seus gibis
e alguns leitores
para os livrar
da solidão...
Vão não!
Sonham dinheiro,
notoriedade
e a sensação
que têm poder,
que têm talento
e são alguém...
Querem ser outro
porque são nada
e nada têm.
Abriram cotas
há muito tempo
para a poesia.
Quem dera os anos
que o escritor
e a fidalguia
somavam faces
de uma só moeda
e não havia
esses mendigos
mortos de fome,
cuia na mão.
Mas passarão
porque são como
a freguesia
que o baixo preço
chama à quitanda
e enche o salão.
Já perguntaram
porque me ocupo
destes senhores
e eu respondi
que é só porque
guardo os valores
da dignidade
aqui comigo:
jamais mentir
e não poupar
de uma boa análise
nem mesmo o amigo.
Como mensagem
às gerações
que hão de vir,
deixo estes versos
para provar
que alguém aqui
não se enganava
e acovardava
na companhia
desses bufões
que só conseguem
nos fazer rir.
De Caribó Literato,
corno, poeta e viado.
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